Ferramenta clássica para guiar o planejamento empresarial, a análise estratégica auxilia os líderes a partir da classificação e cruzamento de dados.

Conseguir coletar dados precisos sobre as ações empresariais é o insumo básico para qualquer gestão estratégica. O passo seguinte, após conseguir acesso às informações, é interpretá-los, o que fica mais simples com ferramentas muito conhecidas que são usadas durante o planejamento da estratégia.

Mais conhecida como Matriz Swot, o desenvolvimento dela se dá a partir do preenchimento do quadrante dividido em Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), cujas iniciais em inglês justificam o nome.

A partir deste artigo será possível entender o passo a passo para desenvolvê-la e os desdobramentos possíveis para a definição da estratégia das organizações.

Origem da Matriz Swot

A autoria da ferramenta é associada ao SRI (Stanford Research Institute) durante estudo realizado entre 1960 e 1970 (patrocinado pela Fortune 500 Companies).

Através do artigo “SWOT Analysis for Management Consulting“, publicado no final de 2005, o desenvolvimento da ferramenta foi explicado pelo consultor de negócios e ex-membro do SRI e integrante do grupo desenvolvedor, Albert Humphrey.

O objetivo da pesquisa que deu origem à Swot era descobrir as razões que impediam a implementação satisfatória do Planejamento Estratégico nas empresas, bem como encontrar uma solução que revertesse cenários mais desfavoráveis.

Em determinada etapa do estudo, que abrangia mais de mil empresas, algumas perguntas chaves passaram a ser feitas, o que deu origem à SOFT (Satisfactory, Opportunity, Fault, Threat) que posteriormente, sem motivo específico, passou a ser chamada e se popularizou como Swot.

Os demais integrantes do grupo, além de Humphrey, foram Robert Stewart (gestor do projeto), Birger Lie, Marion Dosher e Otis Benepe.

Quais as características da SWOT?

Além das quatro divisões mencionadas, a análise estratégica classifica os quadrantes em ambiente interno e ambiente externo.

Forças e fraquezas se referem a todos os procedimentos e recursos sob a responsabilidade da companhia e devem ser avaliados e classificados como pontos positivos (forças) ou como pontos de melhoria (fraquezas).

A outra dupla do quadrante aborda o ambiente externo, que não está sob o controle da empresa, porém impacta no contexto presente e no planejamento de futuro das organizações, seja de maneira a beneficiar ou incentivar ações (oportunidades) ou para ser evitada, causando o menor impacto possível (ameaça).

Para que serve a matriz SWOT?

A análise estratégica funciona como um exercício de reflexão estratégica sobre o contexto no qual a empresa está inserida.

Ao abordar a realidade das suas operações (ambiente interno) e as tendências e as previsões do mercado e da sociedade (oportunidades e ameaças), a construção de cenários e projeção de futuro se torna mais assertiva e rica em detalhes que podem fazer a diferença nas decisões estratégicas.

O papel da swot é tão importante que o planejamento estratégico se inicia a partir dela. Isso porque essa ferramenta proporciona visão sistêmica, que é fundamental para validar ou incentivar a reestruturação do posicionamento da empresa (missão e valores) e a criação da estratégia (visão).

A matriz também acompanha o líder durante a implementação, pois é preciso avaliar os fatores externos que surgirem, a evolução das ações internas e a resposta do mercado para decidir sobre o que deve ou não ser feito para beneficiar a visão empresarial.

Abordagens estratégicas

O desenvolvimento da matriz swot auxilia a embasar o estilo da estratégia sob quatro perspectivas de futuro diferentes: sobrevivência, manutenção, desenvolvimento e crescimento.

A opção por uma delas será consequência da interpretação da alta gestão sobre a estratégia, após os quadrantes estrarem totalmente preenchidos.

Dada a importância e a quantidade de itens que estejam em determinado bloco de informação, tal serão as características (forças, fraquezas, oportunidades e ameças) que estarão sob o foco das decisões estratégicas.

É importante ressaltar que não existe uma classificação sobre qual a melhor estratégia, devendo cada empresa precisa respeitar o seu próprio contexto. Cenários favoráveis, vindos de bons resultados contínuos, por vezes, são tão confortáveis quanto os do que estão lutando para manterem-se no mercado.

O que tem de estar claro é que ao ser bem planejada e executada, todas as abordagens estratégicas podem trazer progresso substancial, ao comparar o estágio inicial da estratégia com o final.

Abaixo estão as abordagens possíveis.

Estratégia de desenvolvimento

Nesta abordagem são utilizados os dois quadrantes que mais estão propensos a ação da empresa: o de fraquezas e o de oportunidades.

As fraquezas estão sob o comando da companhia dependendo somente do comprometimento, e da mobilização da organização para reverter os pontos de melhoria em ações que a favoreçam (força).

Por outro lado estão as oportunidades, circunstâncias externas favoráveis ao empreendimento das empresas que, ao criarem soluções que agreguem valor e vão ao encontro das tendências, podem trazer resultados expressivos.

Estratégia de crescimento

Este estilo estratégico toma como base os blocos mais positivos da matriz swot: as forças e as oportunidades.

Ao somar as melhores características da corporação com as tendências e as brechas de mercado, a intenção é iniciar um processo de alavancagem da empresa.

Isso ocorre por meio da busca por resultados que tragam a visão de futuro para mais perto da realidade, uma vez que se vale da disposição do mercado.

A abordagem pode ser vista, até mesmo, como agressiva, pois, de forma resumida, o que sustenta a estratégia de crescimento é o que a empresa tem de melhor (forças) sento utilizado com o que o mercado tem de mais promissor (oportunidades).

Estratégia de manutenção

Nesta vertente estratégica o foco está sob as forças e as ameaças, em um processo de sobreposição de forças.

Isto porque, a partir das qualidades da empresa (forças), se busca reverter os cenários preocupantes que podem vir a comprometer o desempenho de mercado (ameaças).

O objetivo desta abordagem é anular ou diminuir o impacto das circunstâncias negativas ao máximo possível, preservando o posicionamento no qual a empresa já está consolidada.

Estratégia de sobrevivência

Os blocos de informação utilizados nesta abordagem são os mais preocupantes da análise estratégica: fraquezas internas e ameaças externas.

Aqui se busca a mudança mais intensa na companhia, uma vez que as inevitáveis circunstâncias externas precisam ter suas consequências sob a empresa revertidas o mais rapidamente possível.

Por sua vez, as fraquezas precisam passar para o lado das forças. A ideia é promover ações que desloquem todos os pontos de atenção para o lado esquerdo do quadrante da matriz swot.

Como fazer a análise estratégica?

Como ferramenta, a matriz swot é parte integrante de um processo. Assim, as etapas anteriores do planejamento precisam estar alinhadas para estimular ações posteriores a definição do caminho a ser seguido.

O trabalho é iniciado a partir da coleta de dados e de informações de mercado . Internamente é preciso estar atento aos índices e ao desempenho dos ciclos anteriores. É importante reunir a liderança para que contribuam com o levantamento de pontos a serem trabalhados, analisando suas forças e fraquezas.

Com relação às circunstâncias externas é necessário que se faça pesquisas para levantar informações que relatem com assertividade as circunstâncias as quais a corporação está submetida, bem como as tendências de mercado.

Questões climáticas e governamentais também devem ser consideradas se fizer sentido para a realidade das operações do negócio.

Pontos de atenção

Durante o exercício de análise estratégica é preciso tomar alguns cuidados para que o resultado seja realista, fazendo com que as etapas seguintes sejam as mais assertivas possível.

Interpretação realista

Ter as respostas mas não saber classificá-las corretamente no quadrante ou não conseguir projetar a abordagem estratégica torna improdutivo o processo de análise estratégica.

Ser excessivamente otimista ou pessimista é um dos sinais mais comuns deste problema e para conseguir equilibrar a interpretação é sugerido que a responsabilidade não fique somente com o gestor estratégico, mas compartilhada com as demais lideranças da empresa.

Outra alternativa coerente é a contratação de consultorias. Seja ao iniciar um novo planejamento estratégico ou após definir a abordagem estratégica, a contribuição de profissionais com know-how em estratégia, processos e gestão de risco otimiza o tempo e potencializa os resultados das organizações.

A autonomia e pró-atividade das lideranças internas deve ser estimulada e fortalecida a partir de desenvolvimento contínuo. O convívio com profissionais de outras áreas, mas que enfrentem os mesmos desafios é enriquecedor e pode ser proporcionada através de programas de capacitação com foco em planejamento e gestão estratégica.

Gestão estratégica

Traçar a estratégia é um processo desafiador, pois consiste em conciliar o desejo de futuro com os recursos disponíveis e sua execução na realidade das operações. Este dilema é intenso nas organizações dos mais variados portes.

As grandes são desafiadas pela quantidade de fatores externos a serem considerados, enquanto as pequenas têm no acúmulo de funções o principal gargalo.

A fim de que análise estratégica reflita efetivamente nas ações da empresa, escolher um modelo de gestão estratégica que auxilie o líder e os colaboradores é fundamental para a sustentabilidade do negócio.

O Balanced Scorecard (BSC) é um método que une indicadores relevantes com a comunicação fluída, pontos cruciais para elaboração de estratégias consistentes.

A metodologia faz com que a estratégia seja detalhada, o que facilita o entendimento sobre quais ações serão implantadas e como elas farão a empresa sair do estágio atual para o posicionamento projetado pela visão corporativa.

O meio pelo qual as informações são traduzidas para a organização é feito através do mapa estratégico, uma ferramenta estruturada que organiza, de forma lógica, todas as informações pertinentes ao negócio, e que consegue mobilizar todos os níveis hierárquicos.

O mapa é composto por quatro perspectivas (financeira, clientes, procedimentos internos e inovação). Cada uma delas tem objetivos estratégicos específicos, mas que possuem uma relação de causa e efeito entre eles.

Os objetivos acontecem simultânea e progressivamente, ou seja, enquanto algumas podem ser iniciadas de imediato, outras precisam dos resultados para terem condições de serem executadas. É neste contexto que se entende a relação de engatilhamento entre as ações.

Os objetivos estratégicos possuem indicadores (balanced scorecard), metas, iniciativas, prazo e responsáveis específicos. Cada uma dessas informações precisa estar clara para manter o alinhamento que, além de reuniões periódicas, deve ser acompanhado diariamente através de software balanced scorecard.

O BSC provoca sinergia entre os setores das empresas, uma vez que cada objetivo estratégico reflete diretamente na execução das outras ações. As áreas continuam a contribuir  de maneira colaborativa e aberta, pois toda a organização está trabalhando para atingir os objetivos traçados durante o planejamento estratégico.

Com este artigo foi possível perceber o impacto e o papel importante que a análise estratégica tem sobre as operações internas. A matriz swot e os desdobramentos que o seu desenvolvimento traz estão diretamente ligadas à efetividade do planejamento estratégico.

Esta ferramenta clássica deve ser propagada por toda a empresa, pois pode ser utilizada em universos grandes (como as empresas), como nos reduzidos (setores e até na vida pessoal). Assim, a habilidade crítica dos colaboradores é desenvolvida e compartilhada em diferentes níveis.

Passam a exercitar esta competência, aprendendo a fazer perguntas e interpretações corretas, o que é de fundamental auxílio para o elaboração da matriz sowt, pois as informações precisam ser mais assertivas e devem contemplar as aspirações da organização.

Ninguém melhor que o colaborador que diariamente está em contato com determinado processo para conseguir levantar pontos relevantes a serem destacados durante o planejamento e análise da estratégia!

balanced scorecard pdf


Deixe uma resposta

Fechar Menu