As empresas estão diante da oportunidade única de engajar os diversos públicos, mobilizando as pessoas e a inteligência coletiva em favor do desenvolvimento e de melhor qualidade de vida.
Isso porque as interações impulsionadas pelas interconexões e forças da digitalização, conectividade, globalização, mídias sociais e pelas novas tecnologias de comunicação e informação, são o novo locus da criação de valor.
Assim, devido ao desgaste da imagem e da credibilidade em declínio das instituições públicas frente à sociedade formada por indivíduos (clientes, funcionários, parceiros ou outros stakeholders) mais informados, conectados, ativos e capazes, o futuro da geração de valor se desloca para as empresas, que estão engajando as pessoas numa criação conjunta.
A partir deste post você entenderá como a cocriação funciona e os benefícios gerados na realidade e interações que acontecem todo dia entre pessoas e organizações.
A cocriação busca expandir valor para todos os stakeholders e organizações, por meio de plataformas de engajamento intencionalmente concebidas que se conectam a experiências humanas. Pense numa metáfora de mistura de cores associada ao infográfico acima. A cocriação pode ocorrer de duas formas básicas: misturando o amarelo no azul e/ou o azul no amarelo. Ambas as cores se transformam num processo para produção do verde – a cor da cocriação.
A mistura do azul com o amarelo começa pelo lado amarelo, trazendo recursos e competências da organização para dar suporte à criação de uma plataforma, em forma de oferta, e/ou a abertura e entendimento das atividades dos stakeholders para a cocriação. Em outras palavras, o valor para o stakeholder vem em primeiro lugar, antes do valor destinado à organização.
Em contraste, a mistura do amarelo no azul, frequentemente implícita na linguagem popular da cocriação, consiste na abertura das atividades da empresa para a cocriação, ampliando sua base de recursos. Isso se dá por meio de práticas, como o crowdsourcing ou a inovação aberta, ou penetrando em comunidades e redes sociais de clientes, para atividades externas de vendas e marketing.
Nesse caso, o valor para a empresa vem em primeiro lugar, antes do valor destinado aos stakeholders. Do ponto de vista do lado azul, trazer o amarelo é um movimento de fora para dentro, que guia os stakeholders para as atividades internas de criação de valor. Levar o azul para o amarelo significa mover de dentro para fora, ou seja, conduzir as organizações para as atividades de criação de valor dos stakeholders.
As plataformas de engajamento podem estar localizadas em qualquer ponto do ecossistema da criação de valor com o qual a organização opera. Elas são projetadas com diversos propósitos, entre eles:
A iniciativa em criar e fomentar a participação nessas plataformas pode partir tanto da esfera pública quanto da privada. Há exemplos nacionais e internacionais das duas possibilidades, incluindo uma terceira hipótese, na qual ambos unem forças para gerar ações de maior impacto e possibilidades.
O estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, enfrentava sérios problemas financeiros em 2005. Em 2006, empresários se reuniram com lideranças políticas e sociais para propor um amplo programa de recuperação econômica e social do estado.
A iniciativa foi denominada “Agenda 2020 – o Rio Grande que queremos”, para engajar não apenas representantes das empresas patrocinadoras, mas todo o sistema, incluindo ONGs, governo, educadores e outros representantes da sociedade civil.
Em março de 2006, partindo de uma plataforma democrática de engajamento ao vivo com 1.000 cidadãos, foram definidos a visão e os objetivos do Rio Grande do Sul para 2020. Desde então, vêm sendo realizados roadshows, esforços de comunicação e campanhas por todo o estado, além de debates públicos com governantes recém-eleitos.
Para democratizar o processo de diálogo, foi criado um site (http://agenda2020.com.br/) com fórum online e livre acesso a todos os tópicos de discussão da agenda que pode ser acompanhado por qualquer cidadão.
Como destacado no exemplo acima, a ideia é reunir efetivamente cidadãos, voluntários e empreendedores sociais para colaborar na execução de projetos e serviços públicos, que melhorem a qualidade de vida das cidades e da sociedade, com uma ação articulada entre os diversos públicos.
Suas plataformas de engajamento podem estar em qualquer local do ecossistema de criação de valor, em que operam o governo e a sociedade. Elas são projetadas com diversos propósitos:
O Brasil, sendo um caldeirão de raças e culturas, tem o potencial e os ingredientes certos para ampliar sua produtividade, crescimento e desenvolvimento, fortalecendo seu tecido social com movimentos e ações de cocriação com o empreendedorismo social.
Plataformas de engajamento em áreas críticas como educação, saúde, infraestrutura e meio ambiente, utilizadas para promover melhorias nas cidades, estados e no país, podem se tornar uma tecnologia social que possibilite essa transformação.
Para tanto, as empresas precisam absorver essa responsabilidade. Tal decisão passa pelos valores, missão e visão corporativa a ser posta em prática a partir de lideranças capacitadas e alinhadas com as atuais premissas e expectativa dos consumidores que exigem postura ativa de todos os atores da sociedade.
Assim, as plataformas passarão a ter o comprometimento diário de profissionais focados em fortalecer e materializar soluções para as dores do cotidiano das pessoas. Todo o potencial de articulação e realização da empresa estarão a favor de agregar valor para a vida delas.
Como retorno a empresa passa a ter admiradores, promotores e defensores da marca, o que é muito mais forte do que brigas por preço e apelos comerciais.
Permitir que a empresa se desdobre em auxiliar seus clientes nos problemas que eles têm enquanto cidadãos, abre um espaço valioso para vínculos fortes que beneficiam todos os envolvidos.
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