Garantir o engajamento dos colaboradores e, por consequência, a concretização da visão é papel do desdobramento estratégico.
O desdobramento estratégico consegue trazer para a realidade a visão da empresa, a partir da simplificação da estratégia.
A necessidade deste processo é devido ao engajamento e entendimento dos times sobre a construção do futuro da empresa que, abordado somente a partir da visão estabelecida pela alta gestão, parece algo que vai além do dia a dia dos procedimentos/processos internos.
Porém, uma vez que a realidade é completamente o inverso, ou seja, a visão tanto quanto a missão só existem através da atuação diária dos colaboradores, é preciso fazer com que todos enxerguem e atuem de acordo com a perspectiva de pertencimento e influência sobre os resultados corporativos desejados.
A partir deste artigo você passará a entender como o desdobramento ajuda de forma prática na execução e comunicação da estratégia. Você poderá usar nossas dicas para trabalhar estes temas dentro de sua organização. Boa leitura!
A principal matéria-prima do desdobramento estratégico é a visão empresarial. Ela é desmembrada em diferentes níveis de abrangência que serão executados simultaneamente e de maneira a se complementarem.
O início se dá pelo planejamento estratégico, cujo desenvolvimento é responsabilidade da alta gestão, que projeta a visão a longo prazo ao escolher uma estratégia que traga o posicionamento desejado ao fim do período (comum entre um a cinco anos).
O Planejamento é desmembrando em seu plano tático, criado em conjunto pelos executivos — considerando a realidade do setor ou unidade que coordenam, de forma a contribuir com o todo —, traçando os objetivos estratégicos para serem concretizados em médio prazo.
E então se inicia o plano operacional, desenvolvido pelas lideranças locais, que projeta ações que tragam resultados de curto prazo.
Possível perceber que é a partir destas três definições internas, cada setor e cargo existente consegue se enxergar na construção de futuro da organização, pois elas detalham o processo de evolução entre a realidade vivenciada e a visão projetada de futuro.
Durante o desenvolvimento de cada uma das etapas é preciso definir as metas para cada objetivo e projetos estratégicos, bem como os indicadores a serem monitorados – período entre início e fim da execução – e área / profissional responsável.
Para garantir a efetividade é necessário se ater a algumas características imprescindíveis do desdobramento estratégico. Do contrário o potencial do processo será limitado ou não trará os resultados desejados.
Como o desdobramento visa tornar a estratégia o mais real possível dentro do contexto de trabalho, é preciso que a maneira de comunicar os objetivos e as ações seja de fácil compreensão.
O método Objective and Key Result (OKR) trabalha com este conceito de simplicidade focada em resultado.
No OKR é preciso definir o objetivo com duas a, no máximo, cinco métricas de acompanhamento, pois o excesso pode gerar confusão.
Completar as lacunas de “Será realizado ___ acompanhado por ___” pode facilitar as definições dos objetivos e ações.
A lógica das etapas de desdobramento prevê progresso entre a fase inicial e o posicionamento desejado. Assim, objetivos e ações que não agreguem valor e não tragam avanço a esse contexto são dispensáveis.
O gasto de recursos e a desmotivação gerada por objetivos e metas sem real impacto pode comprometer todo o processo estratégico da empresa.
Como ressaltado, a relevância da execução estratégica precisa ser pauta constante e, para isso, os indicadores devem embasar as argumentações sobre a confirmação de sucesso ou possíveis melhorias ou mudanças estratégicas.
O monitoramento é um hábito sistemático. Somente a partir dele que as interpretações trarão insights e decisões estratégicas capazes de garantir a sustentabilidade da organização e o atingimento da visão.
Utilizar ferramentas de análise estratégica para validar possíveis ideias e manter a troca de informações e canal aberto entre as áreas e unidades da empresa garantem o ambiente adequado para a criação de novas ideias e soluções.
Objetivos estratégicos são hipóteses até que se provem efetivos através do valor que agregam no processo estratégico.
Assim, é preciso ser flexível e manter a empresa em constante comunicação para as possíveis alterações no curso da execução estratégica.
Garantir que todos estejam com as informações alinhadas – de forma que entendam o que é preciso ser feito e, principalmente, o porque – é tarefa fundamental para que a resposta frente aos diferentes cenários seja mais rápida.
Diante do desafio de suprir todas essas demandas, o método Balanced Scorecard (BSC) se apresenta como alternativa para implementar e executar a estratégia de maneira mais efetiva.
O modelo de gestão estratégica BSC se vale do desdobramento a partir do mapa estratégico, ferramenta central da metodologia.
O mapa alinha a estratégia por meio de quatro perspectivas diferentes — financeira, clientes, processos internos e inovação — para organizar a busca da visão em objetivos estratégicos.
As perspectivas possuem vários objetivos que, por sua vez, contam com metas, indicadores e iniciativas particulares a cada um.
Ao estar completo, o mapa estratégico proporciona o entendimento sobre como a estratégia será executada. Nele as ações se mostram de forma lógica, em que é perceptível que o resultado das atividades em andamento facilitarão o acontecimento das que estão por vir.
Toda essa comunicação é feita de maneira muito simples, tornando a informação e o entendimento acessível a todos os níveis hierárquicos da companhia.
Nas grandes corporações, em que há unidades em várias regiões e muitas áreas envolvidas, os softwares balanced scorecard garantem o acompanhamento das métricas e a troca de informações necessárias ao gestor estratégico para alinhar as equipes.
O mapa estratégico auxilia o desenvolvimento do desdobramento, na sensibilização dos funcionários, no acompanhamento da execução estratégica, das possíveis alterações e na demonstração dos resultados.
No método BSC o desdobramento estratégico está intrínseco nas atividades de gestão. Devido a ele diversos outros benefícios são adicionados à gestão estratégica, como o foco em resultados, o engajamento, a colaboração e a produtividade dos colaboradores.
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